terça-feira

À minha filha Adelina

 ADELINA MARIA CIDREIRA DE FARIAS
* 30.08.1970
+ 24.04.2000

Filha querida!

Aqui estivesses, estaria completando 41 aninhos de idade. Não sei como imaginar-te aos 41 anos se partiste aos 29 com o rostinho de criança e as atitudes serenas das águas mansas que deslizam nos leitos dos rios.

Sinto a tua falta com tamanha intensidade que palavras me faltam para dizer-te, o quanto!

Deveria ser proibido aos pais enterrarem os seus filhos e ainda terem que ficar por mais tempo na Terra sem poder tocar-lhe, falar-lhe, escutar-lhe  e sentír-lhe.

Deus sabe o que faz, não é mesmo filha? 

Nâo blasfemo nem maldigo nada do que aconteceu, apenas sofro e isto é um direito que é só meu.

Hoje, dia do teu aniversário de nascimento aqui, fiz tudo para não me entregar ao pranto da saudade.

Busquei o equilíbrio através da oração mas os olhos permaneceram orvalhados todo o tempo e este orvalho é a minha válvula de escape para que eu não mergulhe e sufoque na dor.

Mando-te de presente o salmo que tanto gostavas para que ele te sirva como escudo ao medo e às tentações que possam te assaltar nesta tua nova morada.

O tempo passa, filha e logo mais nos reencontraremos na paz do Senhor.

Deus te ilumine e te guarde para sempre.

Tua mãe que te ama, sônia.

Um comentário:

chica disse...

Sonia, emocionante isso. É realmente algo que se não fôssemos esclarecidas, não aguentaríamos, não é?

Triste. Mas ela do lindo lugar onde se encontra, te ampara e dá força.

Um beijo,fica bem,chica