sábado

A Casa do Escritor II


I- A Colônia de Estudo

- Patrícia - disse Alfredo, gentil -, vou pedir a Rosely para acompanhá-la numa excursão pela Colônia para que a conheça.

Tocou uma suave campainha e uma moça loura, muito bonita, sorriso franco, entrou na sala.
- Oi, sou Rosely.

- Eu, Patrícia.
Sorrimos, foi como se a conhecesse há muito tempo. Antônio Carlos me elucidou.
- Patrícia, aqui terá sempre esta sensação de conhecer todos. É uma união por vibração. Estou contente, pois vejo que está a vibrar em harmonia com todos aqui.
- Venham comigo, terei um enorme prazer de mostrar a Colônia a vocês.
Despedimo-nos de Alfredo e emocionados acompanhamos nossa jovem cicerone.
A Colônia não é grande. Conhecemos sua parte externa em meia hora, minutos que passei extasiada.

Acompanhava as explicações de Rosely.
- Este prédio é o da Orientação. Aqui estão os gabinetes dos professores e a diretoria. Este outro é o das salas de aula, da biblioteca e das salas de vídeos. Aí estão as salas de palestras. Devido às muitas palestras que podem ocorrer ao mesmo tempo são várias as salas, tendo uma bem grande para maior número de assistentes e que serve também para o teatro.

Este prédio é simples, bem decorado, tendo lindos quadros e muitas flores. As cadeiras são giratórias, tudo muito confortável. É tudo harmonioso, convidando à meditação e à prece.

- Este aqui é o prédio destinado aos alunos. Venham, vamos entrar. É um prédio de quatro andares todo dividido em gabinetes. Tudo muito limpo e claro. Não posso mais denominar este espaço particular a cada um de quarto. Aqui não se dorme e nem se alimenta. É um cantinho seu, onde se estuda, medita, ora, etc.
Rosely nos levou ao que me foi destinado. É uma sala grande, arejada, que chamarei de gabinete.

- Que lugar encantador! - exclamei comovida.

Emocionei-me e fiquei alegre por ser ali o lugar em que passaria horas no longo período que permaneceria na Casa do Saber. Ali estava uma escrivaninha toda trabalhada, linda. Uma estante, dois sofás e uma mesinha com um lindo vaso com florzinhas azuis.

A janela dava para o pátio todo florido. Estranhei por não haver abajures, lustres, algo que demonstrasse ter luz artificial.

Antônio Carlos, como sempre lendo meus pensamentos, sorrindo, tratou de me esclarecer.

- Aqui não escurece. A luz do sol brilha sempre. Colônias nesta dimensão não seguem a rotação da Terra. Estão fixas e recebem os raios benéficos do nosso astro rei o tempo todo.

- Então, não é como a Colônia São Sebastião que está sempre no espaço da cidade de São Sebastião do Paraíso? indaguei curiosa.

- Não, colônias de estudo, como algumas outras, não estão vinculadas a lugares na Terra, estão no espaço da Terra, no todo.

Aqui existem algumas colônias que são para servir o povo brasileiro, logo depois estão as de outros países; muitas são para todos os terráqueos, que se comunicam pelo esperanto e pelo pensamento.

- Sensacional! Não verei a noite! - exclamei.

- A noite tem seu encanto - disse Antônio Carlos. - Mas a verá sempre que visitar a Terra, familiares e as Colônias de Socorro.

- E como saberei quando é noite lá na Terra? – indaguei novamente.

 - Para ter um controle no calendário, a Colônia segue o horário, como dia e hora do Brasil. Temos também aqui a sala do Relógio, neste local há o horário de todos os países da Terra.

- Antônio Carlos - quis saber curiosa -, como achou a Colônia entre tantas?

Veio tão fácil!

- Pela sintonização. Mentalizei a Casa do Saber e vim pela vibração. Logo aprenderá a usar este processo, porque irá se locomover muito e irá só. Já é bem grande e auto-suficiente para sair sozinha.

Rimos com a brincadeira.

Trouxe poucos objetos que deixei em cima da escrivaninha. Após, ao estar a sós, organizei-os. Coloquei alguns livros na estante, cadernos de anotações na escrivaninha e as fotos de meus familiares na parede e na minha mesa de trabalho.

Não trouxe nada de pessoal. Não trocava mais de roupa. Visto calças compridas largas e camiseta azul-clara. Sinto-me bem assim.

Fomos conhecer o restante da Colônia.

- Aqui é a parte mais bonita - disse Rosely.

Parei deslumbrada com a encantadora paisagem. Tudo parecia brilhar, como se o local fosse pontilhado com centenas de estrelinhas. Sentia-me leve, como uma nuvenzinha a bailar com a brisa suave. À minha frente estava o harmonioso e fenomenal jardim da Casa do Saber. 

Muitas árvores, todas perfeitas, sadias e floridas. As variedades são tantas que não há duas árvores da mesma espécie. Estão sempre floridas. Suas flores de diversas cores e perfumes dão à visão total uma combinação de cores que encanta.
As árvores parecem desfilar tranqüilas, ensinando-nos a ser equilibrados e harmoniosos para o bem de quem nos vê. Muitos são os canteiros entre as árvores, são formados de flores delicadas, coloridas, que brilham. Os canteiros formam frases, figuras convidando a reverenciar o Criador.

Muitos bancos estão espalhados por todo o jardim e são confortáveis, alguns de balanço, outros em baixo de caramanchões floridos.
-Aqui, também, costumamos ouvir palestras de convidados de outras esferas, que sempre nos brindam com seus ensinamentos - disse Rosely, chamando-me de volta à realidade, porque, diante de tanto encanto, me pareceu por instante que fazia parte da própria natureza, comunguei por momentos com as belezas que ali via.

Antônio Carlos sorria ao me ver embevecida.

- É tão bom estar em um lugar de Paz, heim Patrícia?
Sorri, concordando. Qualquer opinião dada era pouco para descrever tanta harmonia.
- Neste recanto - disse Rosely, mostrando a ala direita - estão o lago e a cascata.Um pequeno rio brota do solo, corre uns cinqüenta metros e forma um pequeno lago. Suas águas claras e cristalinas deixam ver no fundo suas pedras de diversos tamanhos e cores. Não resisti e coloquei minhas mãos n'água.Sua temperatura é como o ambiente, agradável, é tão leve que não nos molha; levei-a aos lábios e não posso compará-la à mais pura das águas do planeta Terra, é bem melhor. 

Dei um suspiro, que fez meus companheiros sorrirem e exclamei extasiada:

- Que beleza!

Do outro lado do lago está a cascata, a água desce entre plantas e flores, após entra no solo desaparecendo.

- Aqui é o lugar predileto para as meditações e o preferido dos pensadores - disse Rosely. - Agora vou levá-la a sua sala de aula, onde sua turma está tendo a primeira aula.

- Despeço-me de você, Patrícia - disse Antônio Carlos.

Patrícia / Espírito
Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho / médium.

 Patrícia / Espírito
Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho / médium.

continua...

bjs,soninha

Nenhum comentário: