Sofre pregado à cruz o Inesquecível Mestre, 
Lembrando quanto viu na jornada terrestre. 
Vê-se menino a arguir os sábios da cidade, 
Mostrando a inteligência a brilhar na humildade. 
Mentaliza Canaã, onde aumenta a alegria 
Na formação de um lar que nunca possuiria. 
Recorda irmãos na fé, quais Pedro, João, Tiago, 
E os amigos fiéis às pregações do lago. 
Passa por privações sem que a dor o esmoreça, 
Não tem uma só pedra em que apoie a cabeça. 
Lembra o deserto hostil... Na prece em que se enleva, 
Ensina paz e fé às legiões da treva. 
Revê a multidão que o respeita e acompanha, 
Quando transmite a Terra o Sermão da Montanha. 
Vê lugar por lugar, nos longes a que Isa, 
Espalhando a bondade, o socorro, a alegria... 
Mas agora, na cruz, amargurado e pasmo, 
Escuta palavrões de ironia e sarcasmo... 
E diz, sentindo o fel que as injúrias lhe trazem: 
- “Perdoa-lhes, meu Pai!... Não sabemos o que fazem!...”. 
Ele que se entregara à caridade inteira, 
Faz do perdão mais luz na aula derradeira. 
É que todo perdão, sem queixa e sem medida, 
É conquista de Paz nos problemas da Vida.
*Amélia Rodrigues : Chico Xavier*

 
 
Um comentário:
Oi!homenagem linda!Boa semana.Bjs
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