segunda-feira

A Casa do Escritor IV



II - COLÔNIA TRIÂNGULO, ROSA E CRUZ

Lembrei dos ensinos que ouvi de meu pai e que só vim a compreender agora,após tanto estudo. É um ensinamento sobre sintonia e unidade.

A lagarta, na sua estafante peregrinação pelo solo e galhos à caça de folhas, não se descuida um segundo sequer da sua união com a natureza. No término do seu tempo como lagarta, procura um local adequado, fecha-se em si mesma e entrega-se ao Criador.

Findo o tempo necessário, renasce como borboleta com vida e ação completamente diferentes da sua vida anterior. Que fantástico! Que exemplo nos dá esta filha da natureza.

Com os homens, os acontecimentos se tornam complexos. A maioria tem contornos de dor e sofrimento.

Perdemos a sintonia.

Não sabemos mais confiar Criador. Afastamo-nos, e desta forma ficamos fragmentados, separados do centro comum, que é Deus. Conseqüentemente nos agarramos à forma atual, impermeáveis a modificações naturais. Só à custa da ajuda de irmãos dedicados conseguimos pouco a pouco atingir estados que poderiam ser atingidos quase de imediato.

Com a morte do corpo físico, se socorridos em Postos de Socorro, levamos conosco costumes, vícios, condicionamentos de comida e bebida,até superstições e sectarismo religioso.O que a lagarta faz inconsciente, temos que realizar conscientes.

Aos poucos, vamos abandonando as necessidades de alimentação, depois aprendemos a nos comunicar através da língua universal.Ultrapassando, não necessitamos de símbolos da linguagem. Comunicamo-nos com vibrações mentais, chegando assim bem próximos do silêncio verbal e mental, quase prontos para neste silêncio ouvir o que Deus tem a nos dizer.

Foram feitas várias excursões durante o curso a outras Colônias,Postos de Socorro, no Umbral, hospitais, lugares que já descrevi no livro "Vivendo no Mundo dos Espíritos".

Encantei-me de modo especial com as excursões a outras Colônias de Estudo e as do Plano Superior, onde passamos horas de agradável convívio e inebriados com
tantas belezas.

Foi enorme alegria para o meu coração visitar a Colônia e Triângulo, Rosa e Cruz. Esta Colônia é intermediária entre o Oriente e o Brasil. É uma Colônia habitada por orientais e brasileiros, visando um aprendizado maior entre as duas culturas, principalmente a sabedoria que une a Deus.

Não é fácil descrevê-la para os encarnados. É algo deslumbrante, belezas que encantam. Está no espaço ao centro do Brasil não muito longe da Colônia Nosso Lar, um pouco mais acima para o Norte. Esta Colônia é localizada pela vibração.

Quando se quer encontrá-la, concentra-se e se é atraído para ela. Saímos para visitá-la, nós, os quarenta alunos, um instrutor e um morador oriental da Triângulo que viera para nos acompanhar.

Fomos volitando um ao lado do outro. Ao aproximar-nos, volitamos devagar para melhor apreciar o local. No espaço onde está a Colônia, o céu é mais azul, o ar mais puro e rarefeito. De longe, a Colônia parece um enorme castelo sobre as nuvens.

Um encanto!

O castelo é branco e brilha como uma delicada estrela.

- Parece que estou vendo um castelo de contos de fadas - disse Hércules, um colega.

Concordamos com ele. À medida que nos aproximávamos a visão do castelo ficava mais linda. Triângulo, como é chamada, não tem muro, as paredes são as divisas. Não tem nenhuma proteção e nem aparelhos de defesa. É que esta Colônia só é vista, encontrada, pelos que vibram muito bem e sabem concentrar-se para se guiar pela sua vibração.

Seu formato é de um triângulo, tendo em cada lado um portão. Esta Colônia parece de cristal, tendo o brilho e a brancura que dão reflexos de muitas cores suaves.Nas paredes do lado de fora, há desenhos em relevo e inscrições. São desenhos de figuras humanas em atitudes de oração e adoração ao Pai. Esta Colônia é cópia das antigas, porém é uma das mais atuais Colônias do Oriente.

Colônias que existem há milênios. As inscrições são orientais, algumas frases são em Português. Frases que glorificam a Deus.

- Só por ter visto isto me sinto realizada. Que maravilha! - exclamou Lúcia, outra companheira.

Tem sete torres arredondadas, sendo três mais altas. Seus telhados são em triângulo e são de tonalidades azul-clarinho, parecem ser também de cristal. Paramos na frente do portão principal.

- Vamos, por favor, ficar observando mais um pouquinho - pediu extasiado Fábia.

Era a vontade de todos. Passei a mão devagarinho na parede, senti o sólido da construção e pude observar de perto a delicadeza e a perfeição de seus desenhos. O portão é diferente dos que já vira no mundo espiritual, é muito bonito. Não é feito de nenhum metal que encarnado conhece, é difícil compará-lo.

É grande e tem um enorme emblema de formas perfeitas idealizado por um excelente artista. O emblema é de um branco puro um pouco diferente do branco que enxergava quando encarnada. Este emblema sobressai de tal forma que, ao vê-lo, parece que só o vemos.

Um encarnado, ao vê-lo, pensaria que é feito de pedras preciosas.O oriental que nos acompanhava aguardou tranqüilo que observássemos a parte externa da Triângulo. Quando nos agrupamos de novo, ele mentalizou por segundos e o portão foi aberto.

Certamente que sabiam que estávamos lá fora, mas só foi aberto o portão quando o oriental mentalizou. E a nossa primeira lição sobre a Triângulo foi dada pelo nosso acompanhante.]

- O portão só abre ou fecha por sintonia da mente de um dos seus moradores.

- Genial! A mente aqui é como um controle remoto - exclamou Hyolanda.

- Um controle de alta precisão que não falha - disse nosso instrutor sorrindo.

- Aqui não escurece? Já era para ser noite. Daqui dá para ver a noite logo ali.

Esta Colônia não está vinculada à rotação da Terra? - indagou Miriam, outra
componente do grupo.

- Sim - respondeu esclarecendo nosso instrutor. – Triângulo está na esfera que segue a rotação da Terra. De fato, daqui de fora podemos ver o sol e a noite com suas

estrelas. Mas a claridade na Colônia é sempre amena, parece estar sempre numa manhã de sol de clima perfeito. Não há iluminação artificial. Seus construtores também fizeram a iluminação, que é sustentada continuamente pelos seus habitantes.

Fomos convidados a entrar. Atravessamos um hall ou um espaço grande coberto, todo em tons de azul. O piso com azulejos, ou mosaicos, algo parecido, que formavam lindos desenhos. Nas paredes, inscrições e desenhos em relevo de flores e animais.

Paramos para olhar. Peço desculpas aos leitores por não conseguir descrever tantas belezas que o cérebro físico desconhece e não tenho para certos objetos nem como comparar.

- Que verdadeiras obras de artes! - exclamou Ines encantada.

- Damos muito valor ao Belo, à harmonia perfeita da arte que vem inspirada do Criador, para que todos ao contemplar possam reverenciar o Pai a quem tudo devemos - falou respeitoso o oriental.

Dali, passamos a um pátio ao ar livre, com lindos canteiros redondos, com flores que eu desconhecia. O piso entre os canteiros parece ser de estrelas pequeninas, cintilantes, a brilhar ora uma, ora outra. Nunca vira um jardim tão lindo e nem flores de tamanho encanto. Aproximei-me de uma flor que nos dá leve lembrança da nossa rosa.

Uma flor brilhante, azul-clara, que exala um suave perfume.

- Que delicioso perfume! - exclamei admirada.

- Esta flor, Patrícia- disse nosso instrutor-, exala o perfume predileto de quem a cheira. Está aqui linda deste jeito, como todas as outras, desde a inauguração desta Colônia há muitos anos.

- Que maravilha!

Exclamei e tentei passar a mão na flor, que se afastou, seu galho se ergueu para o outro lado.

- Oh! - disse baixinho a ela. - Não quero lhe fazer nenhum mal. Queira me desculpar, ia atrever-me a passar meus dedos nas suas delicadas pétalas.

A flor voltou ao seu lugar, afastara-se pelo seu instinto mais apurado. Não me atrevi a aproximar-me mais dela. Flores são para admirar, não para pegar. Por mim, não sairia mais daquele jardim, encantada com suas plantas. Admirava cada flor com seus formatos diferentes e cores harmoniosas. Mas o instrutor nos convidou a entrar.

- Vamos visitar as salas de audiência.

Os salões são de rara beleza, simples, com lindos quadros, nas paredes, de Jesus ensinando. Embaixo dos quadros, trechos dos Evangelhos, principalmente de Mateus, do Sermão da Montanha.

Vasos de flores brancas estão sempre presentes, encantando o ambiente. Os salões são amarelo claro. Em um deles, fomos convidados a sentar nas confortáveis poltronas e um dos orientadores da casa veio nos abrilhantar com suas explicações.


Patrícia / Espírito
Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho / médium.

continua...

bjs,soninha

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