segunda-feira

Movimento Espírita no Brasil


Os primeiros experimentadores da mediunidade, no Brasil, saíram dos cultores da Homeopatia, com os médicos Bento Mure, francês, e João Vicente Martins, português, aqui chegados em 1840, que aplicavam passes em seus clientes e falavam em Deus, Cristo e Caridade, quando curavam.

José Bonifácio, o patriarca da Independência, cultor da homeopatia, é também um dos primeiros experimentadores do fenômeno espírita.

O grupo mais antigo que se constituiria no Rio de Janeiro, para cultivar o fenômeno espírita, foi o de Melo Morais, homeopata e historiador, por volta de 1853. Portanto, quando da publicação de "O Livro dos Espíritos", já havia no Brasil meio favorável ao seu entendimento e divulgação.

Em 1863 o Espiritismo já era comentado com seriedade e o "Jornal do Commércio", maior órgão da imprensa da Capital do Império, que publicava em 23 de setembro, artigo favorável à nova Doutrina. Os primeiros centros espíritas, nos moldes preconizados por Kardec, surgem na Bahia ( Grupo Familiar do Espiritismo), no Rio de Janeiro e em outros estados, a partir de 1865.

Em 1866, Luís Olímpio Teles de Menezes publica o opúsculo O Espiritismo – Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, contendo páginas extraídas e traduzidas de O Livro dos Espíritos. Diante dos ataques expressos em Pastoral de D. Manuel Joaquim da Silveira, Arcebispo da Bahia e Primaz do Brasil, Luís Olímpio escreve carta aberta em defesa do Espiritismo. Primeiro jornal espírita do Brasil - O Eco do Além Túmulo, publicado em julho de 1869, em Salvador, com o esforço de Luís Olímpio Teles de Menezes. Contava com 56 páginas e chegou a circular até no exterior – Londres, Madri, Nova Iorque, Paris.

Ao grupo surgido em 2 de agosto de 1873- Sociedade Grupo Confúcio, de curta existência, deve-se, no entanto, a primeira tradução das obras de Kardec, por Joaquim Carlos Travassos. Em 2 de janeiro de 1884 é fundada a FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA. A iniciativa coube a Augusto Elias da Silva, que recebeu o apoio de Ewerton Quadros, Xavier Pinheiro, Fernandes Figueira, Silveira Pinto e outros. Interessante que, apesar de sua denominação-Federação- não contava a instituição com qualquer filiação de outras entidades.


O fato de maior significação nos anais do espiritismo foi, sem dúvida, a adesão do eminente político, médico e católico, Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, que presidiu a Federação nos anos de 1888-89. A união dos espíritas, tão desejada por Bezerra de Menezes, via-se prejudicada pela divergência entre "místicos"e "científicos".

Após a Proclamação da República em 1889, surge o novo Código Penal (1890) no qual o ESPIRITISMO era enquadrado como " transgressão à lei, em alguns de seus dispositivos dúbios".

Finalmente, em 24 de fevereiro de 1891, a Constituição Republicana, constituiu o Estado leigo, sem os liames que o ligavam à Igreja Católica. Como conseqüência o Espiritismo e todas as religiões praticadas no Brasil, foram favorecidas.

Bezerra de Menezes assume a presidência da Federação Espírita Brasileira, é empossado em 3 de agosto de 1895. Em 1897 são transferidos para a FEB os direito autorais, para língua portuguesa, de todas as obras de Kardec, fato de suma importância para a difusão da Doutrina Espírita no Brasil.Bezerra de Menezes falece no dia 11 de abril de 1900, após quatro anos e meio de intenso trabalho deixando a FEB consolidada.


O período de 1905 a 1930 é de grande expansão do Movimento Espírita. A partir de 1939 e por etapas, a FEB começa a montagem de uma oficina gráfica própria para a edição das obras espíritas.

Francisco Cândido Xavier psicografa sua primeira obra, lançada pela FEB em 1932- "Parnaso de Além-Tímulo". Emmanuel, André Luiz, Humberto de Campos e uma plêiade de Espíritos de escol lançam-se a um trabalho de longo curso junto aos homens de esclarecimento e de fraternidade através do livro espírita.

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