segunda-feira

Nossos Filhos São Espíritos // 06

 
HOJE OU DAQUI A MUITOS HALLEYS?

O LEITOR OU A LEITORA DESABITUADO de certos conceitos que estamos aqui utilizando espírito, alma, renascimento, imortalidade e outros pode estar pensando que não faço mais do que propaganda de minhas idéias, ficando para segundo plano a história de ajudá-lo a entender melhor esse grande mistério da vida que é o nascimento de uma criança e sua criação. 

“Isso não passa de pregação espírita”, você pode estar pensando. 

Vamos esclarecer primeiro esse aspecto, para que possamos ir adiante. 

De fato, sou espírita, mas não é por isso que estou escrevendo tais coisas e, sim, porque a verdade é exatamente assim e não seria honesto de minha parte pensar uma coisa e lhe dizer outra. 

Também sou pai, meus filhos também têm a mãe deles, ejá começam a ter seus próprios filhos, meus netos. Sei muito bem como essas coisas são importantes e que, em hipótese alguma, devem ser objeto de especulações ociosas, mentirinhas e meias-verdades. O fato puro e simples é que tanto seus filhos como os meus são gente de verdade, que já existiu antes e vai continuar existindo depois que nós morrermos, e eles também.  Admito até que você, leitor ou leitora, não esteja preparado para concordar comigo. Não importa. 

Não vamos deixar de ser amigos e de nos respeitarmos por causa disso. 

Mesmo porquê, não adianta. Se a coisa fosse mentirosa, eu não estaria ganhando nada com ela. Sendo verdade, como é, tanto faz acreditar como não, aceitar ou não, concordar ou discordar, um dia chegamos lá, pois a verdade é paciente, tanto quanto a caridade, como dizia o nosso Paulo. 

É certo que já há mais de um século os espíritas vêm falando quase sozinhos acerca de tais coisas, como reencarnação, por exemplo. A ideia nem é nova, nem foi inventada pelo sr. Allan Kardec. Posso garantir-lhes até que o professor Rivail que era esse o nome dele custou um pouco a aceitar essa informação, que lhe parecia um tanto estranha. Mas, é como estava dizendo há pouco: quando a coisa é verdadeira, acabamos chegando lá. Como o professor era um homem culto e inteligente, chegou mais depressa do que seria de se esperar em uma pessoa despreparada. 

Afinal de contas a verdade é sempre uma coisa inteligente, e quanto mais custamos a compreendê-la e aceitá-la, mais tempo perdemos, vagando pelos atalhos da vida. Passados os anos ou os séculos, um dia nos convencemos, olhamos para trás e pensamos, lá com nossos botões (se ainda os tivermos):  
“Ah! meu Deus, quanto tempo jogado fora!” 

E aí paramos para pensar, e vemos que o melhor é começar logo o trabalho quejá poderia estar pronto há muitas e muitas luas... Ou, quem sabe, há muitos Halleys, uma vez que cada quatro Halleys  somam cerca de 300 anos, ou, para ser mais exato, 304... 

Minha proposta para você que me lê, portanto, é a seguinte: você tem todo o direito de rejeitar tudo isso, fechar o livro ou até jogá-lo fora, mas se o fizer, guarde bem na memória esse dia, porque irá lamentá-lo em algum ponto futuro, em desconhecida encruzilhada de tempo e espaço. Estou certo de que não vai ser um momento muito alegre, porque você estará muito zangado consigo mesmo. E mais: jogue-o fora de forma que alguém possa pegá-lo. Talvez o livro acabe nas mãos de quem já esteja pronto a aceitar a verdade que você rejeitou Em suma, se a coisa é espiritismo ou não, não vem ao caso, o que importa é o seguinte: isso é verdadeiro ou não? Eu  digo que sim, mas não apenas eu, são muitos. 

Nessa altura da vida, nem são somente os espíritas que estão falando de tais coisas. E é aí que eu estava desejando chegar.

Deixemos, por um momento, os conceitos colhidos na literatura espírita e vamos ao livro da dra. Helen Wambach, sobre o qual fizemos ligeira referência ainda há pouco. 

Antes, deixe-me explicar que essa senhora era uma psicóloga americana, devidamente credenciada pelo seu PhD, e que pelo processo da regressão da memória conseguiu reunir o mais importante acervo de dados científicos acerca dos antecedentes espirituais do ser humano até agora. 

A regressão da memória consiste, basicamente, em colocar uma pessoa em transe hipnótico ou magnético e fazê-la recuar, gradativamente, no tempo, em busca de lembranças do passado. A pessoa começa  a lembrar-se de coisas mais recentes, passa pela juventude, infância, vai ao momento em que nasceu, ao tempo em que estava ainda no ventre de sua mãe, ao período em que viveu como espírito e, finalmente, às vidas já vividas, por aí, nesse grande mundo de Deus. 

O leitor interessado poderá ler meu livro A memória e o tempo, no qual o tema é tratado com a amplitude necessária a um conhecimento mais aprofundado ‘do que seria possível aqui. 

A técnica da indução da dra. Wambach consiste em propor ao paciente uma “redução de seu potencial elétrico das ondas cerebrais a cinco ciclos por segundo”. Segundo ela, embora o paciente não saiba, ao certo, do que se trata, sua “mente interna” sabe. Eu diria que é o espírito que sabe, mas isso não importa muito. 

Depois de obtido o desejado estado de indução e relaxamento, ela dá início à sua bem-elaborada técnica de coleta de dados. 

É sobre o livro dela, intitulado em inglês Life before life, que vamos conversar nos capítulos seguintes, dado que, conforme combinamos, você, leitor, e eu, autor, ficamos de priorizar dados não oriundos da literatura espírita e sim de livros puramente científicos. 


Paz a todos...

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