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O Dia dos Mortos


O Dia dos Mortos

Na sessão da Sociedade de 2 de Novembro, Charles Nodier, rogado a consentir para continuar o trabalho que começou, respondeu:

“Permiti-me, esta noite, meus muito caros amigos, vos falar sobre um outro assunto; continuarei o meu trabalho começado numa próxima vez.

Hoje é uma época que nos é muito pessoalmente consagrada, pelo que não lembraremos a vossa atenção sobre a morte e sobre as preces que reclamam a maioria daqueles que vos precederam.

Esta semana é uma época de confraternização entre o céu e a Terra, entre os vivos e os mortos; deveis vos ocupar de nós mais particularmente, e de vós também; porque meditando este pensamento de que logo, como para nós, os vivos pedirão pela vossa alma, deveis vos tornar melhores.

Segundo a maneira pela qual vivestes neste mundo, sereis recebidos diante de Deus.

O que é a vida, depois de tudo? Uma curtíssima emigração do Espírito sobre a Terra; tempo, entretanto, em que pode amontoar um tesouro de graças ou se preparar para cruéis tormentos.

Pensai nisso, pensai no céu, e a vida, qualquer que a tendes, vos parecerá bem breve.”

Charles Nodier (Médium: senhorita Huet)
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As perguntas seguintes foram dirigidas ao Espírito a respeito de sua comunicação:


1. Hoje os Espíritos são mais numerosos do que habitualmente nos cemitérios?

R. Neste tempo estamos mais de bom grado junto de nossos despejos terrestres, porque os vossos pensamentos, as vossas preces ali estão conosco.


2. Os Espíritos que, nestes dias, vêm para suas tumbas junto das quais ninguém roga, sofrem por se verem abandonados, ao passo que outros têm seus parentes e seus amigos que vêm lhes dar um sinal de lembrança?

R. Não há pessoas piedosas que oram por todos os mortos em geral? Pois bem! Essas preces retornam ao Espírito esquecido, são para eles o maná celeste que cai para o preguiçoso como para o homem ativo; a prece é para o conhecido como para o desconhecido: Deus a reparte igualmente, e os bons Espíritos que dela não têm mais necessidade a revertem para aqueles que ela pode ser necessária.


3. Sabemos que a fórmula das preces é indiferente, todavia, muitas pessoas têm necessidade de uma fórmula para fixar as suas idéias; por isso, vos seríamos reconhecidos em consentir em nos ditar uma sobre esse assunto; todos nós nos associaremos a ela pelo pensamento, para aplicá-la aos Espíritos que podem dela ter necessidade.

R. Eu o desejo muito.


“Deus, criador do universo, dignai-vos ter piedade de vossas criaturas; considerai as suas fraquezas; abreviai as suas provas terrestres, se estão acima de suas forças; compadecei-vos das penas daqueles que deixaram a Terra, e inspirai-lhes o desejo de progredir para o bem.”


Texto retirado da Revista Espírita – 1860 / Allan Kardec

Paz a todos...

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