terça-feira

A Casa do Escritor V


II - COLÔNIA TRIÂNGULO, ROSA E CRUZ

- Sejam bem-vindos à Triângulo, Rosa e Cruz, prezados convidados.

Deu uma pausa e nos olhou sorrindo. Era oriental, fisionomia tranqüila,transmitia uma Paz que o tornava lindo. Vestia uma túnica branca com emblema no peito, o mesmo que vimos no portão.

Muitos ali se vestem assim. Outros vestem roupas ocidentais, mas predomina aroupa de cor branca.

- Primeiramente, quero lhes informar que esta Colônia não está vinculada a religião nenhuma na Terra. Tem este nome porque triângulo é o seu formato. A rosa, nome de uma flor que tiramos da natureza numa linda manifestação de Deus. A cruz porque nós, os orientais, queremos nos aprofundar nos ensinamentos cristãos.

Aqui estamos com o objetivo de trazer nossos melhores e reais conhecimentos à raça brasileira e com ela aprender cada vez mais.

Aqui estamos para servir, trabalhar entre os encarnados e os desencarnados.E também preparar os ocidentais brasileiros para reencarnar no oriente, levando a países orientais ensinos cristãos.

Agora, se quiserem fazer perguntas, estejam à vontade.

- Senhor, por favor, como devo dirigir-me a sua pessoa? - indagou Marystela. - Devo me dirigir ao senhor por mestre? Pai?

- Mestre é aquele que ensina, pai é o que orienta. Aqui empregamos muito estas duas formas de tratamento. Minha cara convidada, sinta-se à vontade para dirigir-se a mim como quiser. Meu nome é Chuan.

- Mestre - disse Marystela sorridente -,está aqui há muito tempo? Pretende reencarnar? Onde? No Brasil ou no Oriente?

- Estou há bastante tempo aqui e devo ainda permanecer por muitos anos. Não tenho data para reencarnar e devo retornar ao corpo físico no Brasil.

- Os moradores permanecem muito tempo aqui? - quis saber Laura.

- Só ficam mais tempo os orientadores. A maioria faz rodízio, ficam aqui e em Colônias no Oriente. Muitos, após um curso, reencarnam.

- Os construtores desta Colônia foram somente orientais?

Estão ainda aqui? - indagou Inês.

- Sim, foram os orientais que a planejaram e construíram. A maioria veio somente para este evento e voltou ao Oriente. Alguns ficaram e três ainda estão conosco.

- Tem dado resultado este intercâmbio? - indagou Murilo.

- Sim, tem dado. Embora nosso trabalho seja considerado como uma grande plantação que no futuro dará doces e sábios frutos.

Como ninguém indagou mais, Chuan concluiu.

- Aqui temos tentado nos despir de todos os preconceitos.

Devemos ser todos iguais e esforçar-nos para nossa melhoria.

Tanto que a orientadora geral desta casa nos tem dado inúmeros exemplos de bondade e dedicação. Esta Colônia foi construída o intercâmbio das duas raças e para tirar o melhor que há para o Bem de todos nós. Os orientais que desejam reencarnar no Brasil, aqui fazem cursos de língua e costumes para melhor orientação.

Também orientamos os brasileiros que querem reencarnar no Oriente. Nosso principal objetivo é nos realizar interiormente, levar com nossos exemplos outros a fazê-lo. Somos todos irmãos, devemos aprender a nos amar como tais.

- Que agradável palestra! - exclamou Lúcia. - É tão simples e cativante, poderia ficar a ouvi-lo por muitas horas.

Concordamos com ela, mas nossa excursão tinha que seguir o horário já organizado. Fomos ver outro salão, o de música. Uma suave e delicada melodia se ouvia. Muitos dos moradores estavam desfrutando de suas horas de lazer a escutar tão encantadoras melodias.

É uma sala diferente, agradável, com lindos quadros na parede exaltando a música. Só se escutam canções do mundo Espiritual.

Ao passarmos pelo pátio, vimos um grupo de encarnados entrando no salão.

Admiramo-nos, surpresos. Uns estavam extasiados com tantas belezas, outros, talvez acostumados, estavam normalmente, uma minoria parecia um pouco alheia. O oriental que nos acompanhava esclareceu.

- São encarnados filiados a nossa Colônia. Seus corpos Psíquicos estão dormindo. Sempre estamos recebendo grupos de encarnados. Aqui são trazidos para receberem orientações e, incentivos.

- Todos os filiados da Triângulo conseguem êxito nas encarnações? - indagou Murilo.

- Gostaríamos que todos fossem bem sucedidos. A luta é igual para todos.

Infelizmente há os que fracassam diante das dificuldades do plano físico.O silêncio desta Colônia é divino. Não se faz barulho ao caminhar. Pouco se fala. Quase sempre se ouvem conversas de grupos de visitantes.Entre os moradores só se usa a telepatia, a comunicação pelo pensamento.

Fomos visitar a biblioteca da Colônia. Grande, espaçosa e silenciosa. Nada se escuta, com a nossa presença o silêncio foi quebrado com algumas expressões de surpresa e com algumas perguntas. Suas estantes são trabalhadas, são do mesmo material de que é construída a Triângulo. Parece cristal. São poucos os livros de
literatura brasileira.

A maior parte dos livros são religiosos e de cultura geral. O restante dos livros são orientais. Alguns são traduzidos. Há livros raros, uns grandes, outros em papiros. São cópias de livros que se encontram nas Colônias Orientais. Infelizmente não teríamos tempo para lê-los, só observamos. É a biblioteca da Triângulo um lugar encantador.

Subimos em algumas torres. São tão lindas! Pudemos ampliar nossa visão,vimos a Terra de longe e de perto como se estivéssemos num avião, voando mais baixo. Para subir na torre volita-se devagar.

Após, fomos conhecer, ao lado direito, uma ala que se chama Lar de Repouso.

- Aqui estão os recém-desencarnados que são filiados à Colônia do Triângulo. Onde se hospedam por determinado tempo.

- Todos os filiados são socorridos e trazidos para cá logo após a morte do corpo? - indagou Jorge Luís.

- Não. Infelizmente só os que têm merecimento são socorridos após a morte do corpo e recolhidos no Lar do Repouso. Há os fracassados, estes têm por afinidades lugares a que fizeram jus. Mas todos os filiados recebem nossa ajuda. Logo que possível estes filiados são orientados, às vezes, por certo tempo, em outras Colônias. Quando aptos, trazemo-los ao Lar.

Esta parte nos faz lembrar as acomodações das muitas Colônias de Socorro.Tudo é simples e com muitas flores. Ali vimos água. Um pequeno e encantador chafariz que, além de embelezar, serve aos hóspedes de alimento fluídico. Nosso acompanhantemesclareceu.

- É o único alimento que temos na Colônia. E está aqui no Lar do Repouso porque os alojados necessitam desta nutrição. O resto dos habitantes da Colônia não faz uso d'água, nem de plantas.

Sustentam-se com o fluido vital do Criador.

A água é igual à da Colônia de Estudo. Não molha, é límpida.

O chafariz é de cristal ou algo que se pode comparar a esta pedra para os encarnados terem uma idéia. É verde claro, tem forma simples. Os recém-chegados gostam de sentar-se a sua volta. Um deles nos disse:

- Só de ver o chafariz sinto-me alimentado.

Esta ala tem alojamentos onde os abrigados descansam.

Ficamos quarenta e sete horas visitando a Colônia, ouvindo palestras e encantamo-nos com tudo. Observamos desde o teto, suas paredes, o piso, suas flores, quadros, tudo nos maravilhava.

Só podem visitar Colônias assim espíritos que estão em Colônias de Estudo.

Indivíduos mais esclarecidos e totalmente edificados com o mundo dos Espíritos. Fora do Lar do Repouso ninguém se alimenta e nem faz exercícios para se nutrir, pois isso ocorre automaticamente. Não se necessita descansar. Aprendemos na Colônia de Estudo estes detalhes.

Logo nos primeiros meses de estudo, nem após as excursões no Umbral necessitávamos de descanso ou de nutrição.

Chegou a hora de nos despedirmos. As saudações de Paz foram mentais,olhamos sorrindo, fazendo reverência com a cabeça.

Ao atravessarmos o portão, volitamos perto um do outro.Olhei para trás, a Triângulo realmente parece com um castelo de fadas...

Foi maravilhosa a excursão. Quarenta e sete horas de sublime encantamento que ficarão guardadas para sempre na minha memória perispiritual. Alegria!

Patrícia / Espírito
Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho / médium.

continua...

bjs,soninha

Nenhum comentário: