quinta-feira

Nossos Filhos São Espíritos // 23

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PRESENÇA DE DEUS 
O LEITOR ATEU OU DESCRENTE (devo imaginá-lo de muitos matizes ideológicos) há de estar perguntando a si mesmo: mas que tem Deus a ver com tudo isso? Se perguntou, deixe-me responder com outra pergunta. Assim: o que não tem Deus a ver com isso e com tudo o mais no Universo?

Quanto aos demais, crentes e praticantes de muitas religiões ou seitas,também podem pensar que isso é problema pessoal, que cabe a cada um de nós resolver. Em princípio, estaríamos de acordo. Práticas religiosas ou atitudes agnósticas são posturas estritamente pessoais e representam opções, igualmente pessoais, que devem ser respeitadas. O que não impede que possamos conversar, de modo educado e civilizado, acerca dos vários aspectos envolvidos.

Devo portanto dizer, como que para tranquilizar o leitor, que não é minha intenção fazer pregação ou tentar induzi-lo a esta ou àquela seita. Isso tudo faz parte de um contexto bastante complexo, como resultante de não poucos fatores mais ou menos imponderáveis.

Em minha opinião, é mais importante um legítimo sentimento de religiosidade do que a adoção ou filiação formal a esta ou àquela instituição religiosa.

Creio (e espero) que, a esta altura, estejamos todos convictos de que as crianças são seres preexistentes e que trazem na bagagem espiritual ampla experiência religiosa, entre outros tipos de vivência. Sabe-se que, em tempos mais remotos, astros, fenômenos naturais, bichos, totens e até seres humanos constituíram objeto de adoração e divinização. Gregos e romanos tinham deuses para tudo, mas seria tolice pensar que eram ignorantes. 

A mitologia, ao contrário, é uma forma muitíssimo inteligente de montar um sistema religioso que nos mostre, sob forma alegórica e de fácil assimilação, as complexas relações entre as diversas forças da natureza, ou, para dizer a mesma coisa com outras palavras: como se manifesta, no mundo em que vivemos, a vontade de um Deus único.

A verdade é que não são muito satisfatórios os critérios usuais quanto à escolha da religião que nossos filhos poderão, eventualmente, adotar (ou não).

Ou costumamos deixar que as coisas simplesmente aconteçam, ou forçamos as crianças a adotarem “nossa” religião, ou seja, a dos pais ou responsáveis.

Por isso encontramos tantas pessoas desorientadas em questões de vivência religiosa. E não são poucos os conflitos suscitados por divergências e desentendimentos nesse campo, usualmente tão sensível.

Para muitos, a religião é apenas um hábito, uma obrigação social, um aspecto secundário da vida, ou, como tantos dizem, um “freio”. (Seremos automóveis ou, pior ainda, animais de tração ou montaria que necessitem de freios?) Em famílias mais ou menos acomodadas a esta ou àquela religião, os filhos são encaminhados para as instituições frequentadas pelos pais, o que é compreensível, e lá ficam para o resto de suas vidas, sem mesmo cogitar de saber se é aquilo mesmo que desejam, o que é questionável. 
Costumo dizer que são católicos, protestantes ou ateus genéticos, como se houvessem herdado dos pais um determinado gene específico embutido na cadeia do DNA, como, aliás, pensa muita gente.

É certo que uma educação religiosa deve ser ministrada às crianças, da mesma forma e intensidade com a qual outras disciplinas lhes são ministradas. As instituições espíritas, por exemplo, prestam relevante serviço através das escolas de evangelho para a infância. 
Creio mesmo que o ideal seria interessar a criança, em fase mais amadurecida, aí pela adolescência, por estudos de religião comparada, ainda que os pais sejam irreligiosos ou até refratários a qualquer filosofia religiosa. 
Não que isso seja essencial à escolha de uma religião adequada para cada um de nós, mas porque nos proporcionaria tal exame uma visão mais ampla de aspectos vitais ao entendimento da vida.

Trazemos em nossa bagagem cultural matrizes ideológicas consolidadas ou ainda imprecisamente definidas. As experiências passadas não são decisivas na escolha de uma postura religiosa ou agnóstica em cada vida que se inicia na Terra. 
Não poucas vezes, a escolha é decidida previamente, ou seja, antes de nascer, quando a pessoa resolve se dirigir ou é encaminhada, por motivações que lhe são respeitáveis, a uma família católica, protestante, judia ou muçulmana, por exemplo. E nem sempre é para adotar, automaticamente e sem restrições ou dificuldades a religião de seus pais e irmãos, e, sim, para tentar influenciá-los para que considerem outras opções.

Daí encontrarmos, às vezes, crianças que, desde que conseguem expressar um pouco do que lhes vai na mente, começam a mostrar sinais de rejeição à religião de seus pais, irmãos, amigos e parentes, o que costuma resultar em penosos conflitos, se não prevalecer o bom senso da tolerância.

Na verdade, ao contrário de unir as pessoas, mesmo porque a maioria dos cultos expressam de maneira diversa as mesmas crenças básicas, as religiões costumam, paradoxalmente, suscitar incrível volume de intolerâncias, de ódios e rancores de difícil conciliação. Os religiosos mais intransigentes tendem a considerar suas respectivas seitas não apenas como a melhor, mas a única, fora da qual não há salvação possível para os “infiéis” de todos os matizes. 

O pior é que nem todos, e nem sempre, se limitam a lamentar os que não pensam exatamente como eles, mas tudo fazem para convencer aos outros da sua verdade pessoal ou, pior ainda, querem obrigar todos a adotarem sua fórmula de crer ou de não crer. Não há como disfarçar: a descrença é também uma forma de culto, com rituais, intolerância e fanatismo, semelhantes aos encontradiços nas diversas instituições religiosas.

Nutro a esperança de que os conceitos que vimos debatendo neste livro possam contribuir para uma visão mais aberta, ampla e inteligente do problema religioso. Afinal de contas não estamos vindo todos, sem uma única exceção, de um desconhecido número de existências, nas quais adotamos tantas e tão diversas maneiras de considerar os aspectos religiosos? 
Quem diria que já adoramos o sol, a lua, ídolos, pedras, animais, objetos, árvores e tantos e tantos deuses e deusas? Tudo isso é experiência, é aprendizado, e disso resulta um seguro e incessante processo de abordagem da Verdade, por sucessivas aproximações.

O trato com os espíritos, ao longo de muitos anos, em nossos trabalhos de intercâmbio com eles, proporcionou-nos uma visão, diríamos, privilegiada, do delicado problema religioso. O que observamos junto deles é a multiplicidade de experiências religiosas e as mudanças que se vão operando em cada um, no correr dos tempos.  
A medida que trocamos de corpos físicos e de contextos sociais, históricos, geográficos e culturais, vamos também substituindo, por outras mais racionais, nossas crenças. Infelizmente, muitas vezes, mudamos apenas as aparências externas, as vestes sacerdotais, os cultos, ritos e posturas, deuses e dogmas, fórmulas e estruturas hierárquicas, mas continuamos fanáticos, dogmáticos, intolerantes, exclusivistas e ambiciosos, interessados em seitas religiosas apenas na medida em que podem servir de plataforma de lançamento para ambições pessoais e exercício do poder.

Temos dialogado com espíritos que foram tão fanáticos e intolerantes ao combaterem e ajudarem a condenar o Cristo, porque pertenciam às hierarquias sacerdotais da época, como fanáticos e intolerantes seriam, séculos depois, agora nominalmente cristãos, ao perseguirem e condenarem os que não queriam ser cristãos ou, pelo menos, não conseguiam aceitar a forma de cristianismo que lhes estava sendo oferecida.

Tivemos depoimentos de outros que, de tal maneira se comprometeram perante a lei divina, no exercício do poder religioso (E que estrutura de pensamento proporciona mais imperiosa forma de poder do que a religiosa?), que passaram a combater toda e qualquer ideia, instituição ou conceito de natureza religiosa.

Sejamos, portanto, realistas: as crianças são pessoas que trazem consigo denso conteúdo de experiência religiosa do passado. Dificilmente teria sido possível viver tantas vidas sem um envolvimento maior ou menor, aqui ou ali, no tempo e no espaço, com as inúmeras seitas que o mundo tem conhecido.

Muitas, senão a maioria de tais vivências, foram desastrosas, deixaram sequelas de difícil erradicação e indeléveis marcas na mente e no coração de muita gente. E não foram somente os que praticaram erradamente as religiões ou as usaram como instrumento de opressão, mas também os que sofreram em conseqüência de tais erros e penaram sob o peso de insuportáveis opressões. Isso acontece porque a lei costuma determinar a reversão das posições e o fanático de hoje será, fatalmente, a futura vítima do fanatismo alheio.

Ante esse quadro um tanto aflitivo, parece irrealista esperar crianças perfeitamente ajustadas aos conceitos de religiosidade e dispostas a optar, desta vez, por uma expressão religiosa equilibrada, serena, convicta e de elevada condição ética. 
Foram muitos e severos os desequilíbrios, os desacertos, os equívocos e até mesmo os crimes cometidos em nome de Deus, e desastrosamente justificados como expressões mesmas do próprio amor a Deus ou ao Cristo, ou aos códigos tidos por sagrados, únicos e irretocáveis.

Nesse aspecto mais sensível para muitos, é meu propósito não ilustrar o relato com casos alheios. Resta-me a alternativa de um depoimento pessoal.

Deve se lembrar o leitor de que, páginas atrás, disse-lhe eu que me foi concedida a oportunidade de conhecer larga faixa de minhas vivências anteriores. É verdade isso e sou muito grato aos orientadores e instrutores espirituais que contribuíram para que tais coisas me fossem ensinadas. 
Com elas eu consegui armar o painel panorâmico que hoje me proporciona uma visão de fantástica beleza e harmonia que, decisivamente, contribuiu para a elaboração de uma filosofia de vida fundamentalmente religiosa, não como atitude para ser assumida uma ou duas horas por semana, mas como postura permanente. Não é a religião um aspecto da vida, mas a vida em si é religião, no sentido de que tudo está em Deus, tudo se move Nele, tudo se regula pelas leis naturais que a Inteligência Suprema criou, tudo converge para Ele e d’Ele reflui.

Sei, pois, de existências vividas em templos egípcios, em épocas mitológicas, como na Grécia, em estruturas hebraicas de pensamento, tanto quanto não poucos séculos de militância ativa na Igreja Católica e, em seguida, na derivação reformista do século 15I. Que lições posso tirar de tudo isso senão a de que muita coisa somou e outras tantas subtraíram-se na manipulação dessa espantosa massa de experiência religiosa? 

Foi o que tornou possível destilar-se, à chama de não poucos sofrimentos, equívocos, desenganos e erros mais graves, conceitos purificados que hoje me sustentam acima da mera crença, para assumir a estatura e a solidez de uma convicção.

Esta: somos espíritos imortais, indestrutíveis, perfectíveis, e para isso é que vamos e voltamos, entre um mundo e outro, ou seja, entre as duas faces, os dois aspectos do mesmo mundo. Um deles, de maior densidade material, exploramos com os sentidos limitadores que a carne nos proporciona; no outro, mais diáfano, exploramos diferentes formas de vida não menos real do que esta, para a qual dispomos de outras sensibilidades, refinadas, sutis, abrangentes e superiores.

Ao iniciar-se esta vida, vi-me naturalmente encaminhado para o catolicismo, a religião de minha mãe. Foi ela quem me ensinou a orar, essa magnífica e insubstituível maneira de conversar com Deus. Era quem me falava de Deus, do Cristo e do Evangelho. 
Era quem me pregava, na singela e veemente expressão do exemplo, tanto quanto da palavra, uma ética limpa e de fácil entendimento. Como viria eu a observar mais tarde (ou como já observara antes, não sei), a Verdade é simples, discreta, silenciosa, transparente, tão singela que muitas pessoas nem se dignam olhar para ela.

Julgam-na uma inexpressiva e anônima figura, perdida na multidão do erro que grita, que usa roupas berrantes e se mostra aos passantes e até os segue, a puxar-lhes pelas vestes.

Era simples e prática a decisão de minha mãe a nosso respeito, ou seja, quanto aos dez espíritos que acolheu generosamente para gerar-lhes os corpos e guiar-lhes os primeiros passos na nova vida. Manteve-se católica até o fim, praticando, de modo assíduo e convicto, a religião de sua escolha, mas sem fantasias ou beatismos. (“Primeiro a obrigação”, ensinava ela, “depois a devoção.”) Enquanto estivéssemos sob sua responsabilidade, ficaríamos sob a tutela da Igreja Católica. Daí em diante, a opção seria nossa, tanto quanto a correspondente responsabilidade.

Lembro-me que, ainda na dependência de seus devotados cuidados e canseiras, comecei a sentir o desencanto pela religião de sua preferência. Não me atraíam os rituais, os sacramentos e obrigações paralelas, mas, principalmente, as estruturas de pensamento que me eram oferecidas.

Eu começava a questioná-las e nem sempre as respostas e esclarecimentos eram satisfatórios. Estou certo de que ela percebia tais vacilações e inquietações, como também é certo que me solicitava docemente a insistir na prática religiosa na qual via tantas consolações para suas dificul­dades, lembrando-me a missa, ou as obrigações sacramentais de praxe, nas épocas devidas, para que não pusesse em perigo minha alma, pela qual, certamente, ela se interessava, e muito.

Nunca, porém, forçou nada e nada impôs, a nenhum de nós. Era de supor-se que teria preferido todos abrigados devotadamente sob as asas da sua amada Igreja, mas não desejou tomar por nós decisões que entendia pertencerem a cada um, a não ser no período da infância, quando não tínhamos condição para considerar os fatos, analisá-los e decidir o rumo a seguir.

Sou grato a ela por tudo isso: o bom senso, o equilíbrio, a inteligente maneira de agir. Mais do que grato, considero-me privilegiado por ter tido a oportunidade de conviver com um espírito generoso e pacífico, embora decidido e firme, que nos impregnou com seu verdadeiro senso de religiosidade. 
Lembro-me de como isso foi importante para que eu pudesse atravessar, sem maiores conflitos íntimos, o período em que, sem conseguir aceitar mais as estruturas doutrinárias da sua religião, não tinha, ainda devidamente conscientizadas, as que eu certamente trouxera comigo, nas profundezas da memória, como programa de ação para esta existência.

Foi uma época de incertezas, é verdade, de dúvidas e inquietações, de desalento e desencanto também. Se não era aquela a maneira de expressar-me como ser humano perante Deus e o universo em que eu vivia, qual seria então?

Dois importantes pontos de apoio se salvaram em mim e sobreviveram a esse período de reformulação: a existência de Deus, que me parecia mais do que óbvia, indispensável a um universo claramente orgânico e harmonioso, e a grande admiração e respeito carinho mesmo — pela majestosa figura de Jesus e sua filosofia básica, tal como eu podia vê-las nos textos evangélicos.

Essa fase ficou, de certa forma, documentada, de vez que, com o primeiro salário ganho em um emprego melhor, recém-obtido, comprei, em 31 de julho de 1939, um exemplar da Bíblia.

Tinha 19 anos de idade. Minha mãe, sempre atenta, advertiu que se tratava de uma “Bíblia protestante”, certamente porque não encontrava nela o esperado e tranquilizador Nihil Obstat e o respectivo Imprimatur da autoridade eclesiástica competente. Procurei tranquilizá-la, chamando sua atenção para a tradução, de responsabilidade do padre Antônio Pereira de Figueiredo, mas ela percebia determinadas notinhas de rodapé, de aparência um tanto suspeitas para seu gosto. De forma alguma, contudo, interditou o livro às minhas pesquisas. Creio que confiava em mim, e, talvez, na tradução do padre.

Ademais, havia a nota seguinte: “Da edição aprovada, em 1842, pela Rainha D. Maria 2º com a consulta do Patriarca Eleito de Lisboa.”

No fundo, porém, ela sabia que isso não queria dizer muita coisa, pois o texto que eu tinha provinha da edição aprovada pelo arcebispo, o que não queria dizer que era a edição aprovada, mesmo com os dois pp. 
Seja como for, essa é a Bíblia que me tem servido, entre várias outras mais recentes, há mais de meio século.Desde logo passei a encontrar ali ressonâncias harmônicas com meu oculto diapasão íntimo.

Penso hoje que, talvez, naqueles momentos em que eu estudava os textos com a firme deliberação de penetrar-lhes o sentido, desmaterializavam-se as barreiras do tempo e eu ouvia o Cristo ensinando as belezas de sua inesgotável sabedoria. Tantas vidas levara ouvindo e repetindo aqueles conceitos que já os trazia escrito no coração e na memória integral. Era como se reencontrasse velhos amigos e redescobrisse caminhos que trilhara em outros tempos, não sei onde, nem como.

Em suma, o Cristo chegara, de novo, às profundezas do meu ser, ou será que nunca houvera estado ausente e eu apenas não me dera conta de sua presença?

Muitos anos depois, uma pessoa mergulhada em suas memórias do passado me diria que conceitos que eu costumava rejeitar, no contexto das tradicionais seitas cristãs, eram os que não conferiam com aquilo que meu espírito sabia, de alguma forma ainda obscura para mim, não serem expressão fiel do pensamento de Jesus.

Não tenho a pretensão de achar que minha experiência pessoal sirva de modelo a ser adotado por todos ou pelo menos por alguns. Nem me coloco, eu próprio, como um ser redimido, dotado de luminosas virtudes e inatingíveis perfeições. 
Estou bem consciente de minhas limitações e do muito que me falta percorrer até chegar a um estágio de razoável serenidade. Além disso, embora os mecanismos psicológicos sejam idênticos ou muito semelhantes em todos,cada um de nós tem sua peculiar maneira de agir e reagir aos estímulos que a cada momento nos chegam. 

Essa complexa dinâmica é resultante de todo um conjunto de experiências e vivências que por sua vez determinam certo grau de maturidade ou imaturidade de cada um de nós. Somos seres singulares,únicos, universos miniaturizados, partículas de consciência, meros pigmentos coloridos que, juntos, aos milhares, aos milhões, emprestamos cor à comunidade em que vivemos, às épocas, aos contextos históricos, geográficos e sociais em que nos inserimos, de tempos em tempos, vida após vida.

Acabamos encontrando o caminho, pois não há outro senão aquele que leva a Deus. Se muitos são os que resolvem passar pelos atoleiros, pelos desertos e espinheiros, que fazer? Não é direito de cada um — e responsabilidade — o livre decidir pelas opções que se vão apresentando?

Afinal de contas Deus não tem pressa, porque está além e acima do tempo e do espaço, mas é muito pouco inteligente e dói muito, e demora demais chegar, quando nos obstinamos, infantilmente, em fazer a caminhada sem ele, como se isso fosse possível. Um dia fazemos uma parada para pensar e nos dizemos: “Meu Deus! 

Quanto tempo perdido! Quanto sofrimento inútil!”

É aí que começa a subida para a luz. Ela será tanto mais rápida e fácil, mesmo em sua lentidão e dificuldade, quando mãos generosas se estenderem para nos ajudar, acendendo fachos pelos caminhos, sustentando-nos no momento do tropeço, ou fazendo junto ao nosso ouvido a concha amiga para que seja sussurrada uma palavra de encorajamento, de amor fraterno e de solidariedade.

O que importa é isso, não esta ou aquela religião específica. O que importa é a presença de Deus em nós, claro, mas não apenas isso e sim a nossa consciência de tal presença. E isso começamos a perceber, primeiro, no coração de mães generosas, antes de notar que também em nós ele está. Se lá não conseguimos vê-lo, qualquer que seja a razão, podemos estar certos de que ficará mais difícil encontrá-lo em nós mesmos.


Paz a todos...

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